Algias mais comumente tratadas com a fisioterapia:
DISMENORRÉIA
É um distúrbio ginecológico, o qual atinge aproximadamente 50% das mulheres, principalmente os jovens, podendo persistir até após os 40 anos de idade.
A dismenorréia é uma cólica intensa no abdômen inferior com possível extensão para a parte interna da coxa que tem como sintomas: a sudorese, taquicardia, cefaléia, náusea, vômitos e diarréia. Geralmente ocorre durante os primeiros três dias do fluxo menstrual.
Muitas mulheres apresentam sintomatologia severa que as incapacitam para seus afazeres habituais comprometendo suas atividades tanto dentro de casa como fora, principalmente no trabalho. Representa uma fonte de incapacidade recorrente para cerca de 10% a 15% das mulheres em seus primeiros anos reprodutores.
Acredita-se que um possível componente psicogênico pode estar associado a alguns pacientes com dismenorréia, particularmente em mulheres cujas mães apresentavam problemas menstruais similares.
Classificação
Dismenorréia primaria:
Ocorre na mulher sem nenhuma doença pélvica orgânica. É mais comum nas pacientes jovens com menos de 20 anos. Ocorre com a menarca e usualmente desaparece com o tempo. Está associada com períodos ovulatórios normais.
Dismenorréia secundária:
É decorrente de ginecopatia perceptível ao exame ginecológico. Decorre de causas que determinam congestão pélvica por ocasião das menstruações, originando fenômenos dolorosos. Está associada com patologia: endometriose, doença inflamatória pélvica, adenomiose, fibróides, anormalidades congênitas, infecções, estenose cervical ou menstruação dolorosa associada com o uso de dispositivo intra-uterino, entre outras causas.
Tratamento
O tratamento da fisioterapia visa aliviar os sintomas, diminuir a medicação. Em alguns casos age reduzindo os sintomas e a ponto de muitas vezes a dor desaparecer, sendo bastante relevante nos casos de mulheres que não possam usar algum tipo de medicação.
Nos casos de dismenorréia primária, os resultados são melhores, chegando muitas vezes à paciente não relatar mais dor, mesmo quando termina o tratamento. Já a dismenorréia secundária, como esta associada a alguma doença pélvica orgânica, sendo esta, a grande causa do problema, o tratamento clínico visa o alívio dos sintomas.
Existem inúmeros recursos fisioterapêuticos para diminuir a severidade dos sintomas da dismenorréia ou até mesmo para eliminar a dor, promovendo, assim, a analgesia. Alguns recursos como:
- Terapia Manual
- Cinesioterapia
- TENS (estimulação elétrica nervosa transcutânea)
- Acupuntura
- Calor
- Crioterapia
- Massagem
DOR PÉLVICA CRÔNICA (DPC)
É uma dor na região da pelve com duração de seis meses ou mais e que, embora investigada, não apresenta causa ou explicação definida.
Alterações:
– comportamentais
– emocionais
– biomecânicas
(GELBAYA & EL-HALWAGY, 2001;STEEGE, 1998)
É reconhecida pela presença de:
- duração dos sintomas igual ou superior a seis meses;
- alívio incompleto em tratamentos anteriores;
- desproporção da relação: dor/lesão;
- perda da função física;
- sinais vegetativos de depressão;
- alteração da dinâmica familiar.
Na ausência de causa somática identificável, após investigação minuciosa, DPC é um desafio para o ginecologista, sendo uma experiência freqüêntemente frustrante para o médico e para o paciente, pois seu tratamento requer dois campos de visão: o primeiro seria o tratamento da causa da dor; o segundo, o tratamento da percepção da dor.
Alguns tratamentos iniciam bem, mas após algum período fracassam, admitindo-se pelo menos três causas para isso:
- ocorreu o verdadeiro efeito placebo;
- ocorreu a taquifilaxia ou tolerância ;
- a medicação foi instituída apenas para um dos componentes da DPC.
Epidemiologia
Mulheres com DPC tendem a ser mais jovens do que a população geral, entre 27-29 anos de idade. A média de duração dos sintomas é de 2,5 anos.
A prevalência de DPC em mulheres americanas é de 12-15% dos encaminhamentos a ginecologistas e por 25% a 35% das laparoscopias nenhuma lesão é identificada.
A DPC é indicação de 10% a 20% das histerectomias realizadas nos estados Unidos (Reiter, 1990). Apesar dessa grande incidência, nenhum estudo mostrou a eficácia da histerectomia no alívio da DPC a longo prazo ( mais do que 6 a 12 meses).
Etiologia
As doenças ginecológicas contribuem com uma freqüência grande de causas, e conseqüentemente o ginecologista é geralmente o primeiro terapeuta a ter contato com a paciente. Abaixo estão as causas mais freqüentes da DPC:
- Dismenorréia
- Adenomiose
- Piometria
- Aderências pélvicas
- Malformações genitais
- Distopias uterinas
- Hidrossalpinge
- Endometriose
- Endometrite
- Cistos ovarianos
- Gravidez ectópica
- Varizes pélvicas
- Dor de ovulação
- Hematometria
- Tuberculose
- Mioma em degeneração
- Corpo lúteo hemorrágico
- Doença inflamatória pélvica (DIP)
- Torção do pedículo de ovário
- Neoplasias dos genitais internos
- Torção de mioma uterino pediculado
- Aborto ou ameaça de aborto
- Dispositivo intra-uterino (DIU)
Causas Urológicas
Por causa da proximidade do sistema urinário com o útero e a vagina, muitas vezes é difícil diagnosticar a causa da dor pélvica. Algumas doenças urológicas que podem estar relacionadas a DPC:
- Cistites
- Retenção urinária
- Uretrites
- Litíase (renal, uretral e da bexiga)
- Processos inflamatórios da próstata e vesícula seminal
- Neoplasias
- Malformações
Causas Osteomusculares
A dor pélvica de origem neuromuscular origina-se da perda da harmonia que existe entre ossos, articulações, músculos, fáscias e tendões, sendo essencial essa harmonia para que possa manter a postura ereta e executar movimentos. Alguns exemplos de causas osteomusculare de DPC:
- Miosites
- Artrites
- Neoplasias ósseas e musculares
- Fibrosites
- Bursites (de quadril)
- Malformações
- Osteoporose
- Traumas e seqüelas
- Lombalgia
- Hérnia de disco intervertebral
- Endometriose de parede abdominal
- Lordose, cifose e escoliose
Causas Intestinais
As causas gastrointestinais afetam 50 a 60% das pacientes com DPC que procuram o ginecologista. Sinais ou sintomas como constipação, diarréia ou a presença de muco nas fezes sugerem causa gastrointestinal na DPC. Alguns exemplos de causas intestinais de DPC:
- Apendicite
- Neoplasias
- Enterites
- Diverticulites
- Hérnias
- Colelitíase
- Tuberculose
- Infarto do mesentério
- Retocolite ulcerativa
- Parasitoses intestinais
- Aderências intestinais
- Obstrução intestinal
- Colopatias funcionais
- Torção de alças intestinais
- Enterite regional tipo Cronh
Causas Vasculares
- Varizes pélvicas
- Arterites
- Tromboflebite pélvica
- Aneurisma das artérias da pelve
Causas Emocionais
O lado psicológico pode influir na evolução da DPC através de dois mecanismos:
- o primeiro é originando estímulos que vão desencadear ações que podem causar dor, como, por exemplo, as contrações musculares espásticas;
- o segundo interferindo na percepção da dor através de interações na identificação da dor à nível consciente e nos centros de supressão e modulação.
- Depressão
- Psicoses com somatização
- História de agressão física ou abuso sexual
Causa Neuropática
É a dor originada por alterações patológicas nas vias de condução do estímulo nervoso.
Estes estímulos, ao passarem pelo sistema límbico, sofrem interferência das experiências emocionais vivenciadas, o que confere uma característica individual na percepção desta dor que pode ser afetada pelo perfil emocional da paciente e pela situação de vida vivida no momento.
As alterações nervosas podem estar localizadas a nível periférico, nos gânglios das raízes dorsais, no corno posterior da medula, no sistema simpático e no centro de supressão localizado no sistema nervoso central.
Abordagem da Dor Pélvica Crônica
Tem pelo menos três aspectos:
- educação
- investigação
- tratamento
Tanto a paciente como a sua família, devem ser instruídos de maneira simples e sucinta sobre dor.
Deve-se também orientar e incentivar a paciente a melhorar a qualidade de vida através de hábitos sadios como laser, exercícios e hábitos alimentares saudáveis e evitando alimentos gordurosos e ricos em açúcar, que aumentam a irritabilidade e ansiedade.
Cistite Intersticial
Ainda de causa desconhecida. Muitos autores acreditam ser multifatorial devido, principalmente, à variedade do quadro clínico.
Prevalência:
Diagnóstico diferencial:
Sintomas:
Avaliação urodinâmica:
Tratamento para Cistite Intersticial
-Medicação
- Exercícios do assoalho pélvico
- Biofeedback
- Eletroestimulação
- Terapia manual da pelve
- massagem intravaginal de Thiele
-Dieta
-Reeducação vesical
Escala análoga visual (EAV): método utilizado para se avaliar a dor.
Este tipo de medida seria imprescindível quando uma equipe atua em conjunto com vários profissionais, e a documentação de sua avaliação deveria possuir uma linguagem comum, de fácil compreensão, para que todos possam permear entre si.
Dentro da realidade de atendimento, talvez o emprego de escalas de grande extensão tenha sua aplicabilidade dificultada por apresentar tempo de aplicação também prolongado.
Essas escalas, muitas vezes, foram elaboradas para fins de pesquisas clínicas que exigem ser as mais completas possíveis para analisar uma situação de intervenção.
Escala análoga Visual
Escala de intensidade de dor
Escalas através de desenhos -“as carinhas”
Escala Descritiva Simples
Escala Numérica 0-10
Para todas as escalas recomenda-se o comprimento de 10 cm.
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